quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Viajando #6: Ville de Québec

Hoje resolvi contar um pouquinho sobre minhas aventuras em Ville de Québec. Bom, pra quem ainda não entendeu sabe, Ville de Québec é uma cidade, capital da província de Québec, a única província francófona do Canadá. Ela é a sétima cidade canadenses em população (cerca de 670 mil habitantes), a única cidade murada da América Anglo-Saxônica e uma das mais bonitas e charmosas do Canadá.

Quando resolvemos visitar Québec o plano era passar um dia lá e no outro ir até Tadoussac para ver as baleias. Bom, esse era o plano. Chegando lá fomos dar uma volta e conhecer a cidade baixa, batemos perna pela velha Québec e na hora do almoço eis que surge a estória de Tadoussac. Uma pessoa queria ir, as outras estavam na coluna do meio e a outra metade da mesa nem se quer havia cogitado essa hipótese. A discussão rolou solta. Em português, em espanhol e em inglês - menos em francês (afinal, por que raios sete estudantes de francês vão querer falar francês fora da escola?). E não é que a mesa do lado (de brasileiras) resolveu se meter na nossa conversa, e cinco minutos depois a mesa de trás (de um pessoal de algum lugar da América Central) também resolveu dar seus pitacos e de repente o salão do pequeno restaurante de Vieux-Québec estava dominado. Um falatório sem fim regado à vinho e muitas risadas e uma cara triste no final: Tadoussac havia perdido a batalha. Tirando a dona da idéia ninguém mais estava a fim de encarar nove horas de estrada e um frio congelante dentro de um barco na possibilidade de ver baleias. É people, vai que elas não aparecem. Vai fazer o que em Tadoussac? O lugar tem 850 habitantes. Isso mesmo: 850.

Mas como Québec não é Tadoussac a gente obviamente arrumou coisa melhor pra fazer. (não desmerecendo as baleias, mas será que elas não aparecem também no verão? Vou pesquisar). Continuamos andando pela cidade, conhecemos o Château Frontenac e suas redondezas, pulamos de albergue em albergue até chegarmos a um consenso, voltamos para o carro, vimos uma multa no pára-brisa, fizemos vaquinha pra pagar a multa, amaldiçoamos o fato de ninguém entender as placas de estacionamento no Canadá, e pra não perder viagem fomos à caça de um bar aberto as 10 da noite de um domingo. A tarefa não foi das mais fáceis, mas conseguimos. Sabe aquela música "Festa estranha com gente esquisita, eu não to legal, eu não aguento mais birita"? Foi mais ou menos isso. O que eu posso dizer é que eu ri e dancei muito.

Infelizmente fui embora de lá só conhecendo a parte turística. Até que tentei ir na parte mais moderna e cotidiana da cidade, mas fazer sete pessoas de espírito completamente diferentes chegarem a um acordo é muito complicado. Tudo o que posso dizer é que o que eu vi de Québec eu gostei. Um lugar lindo, bem cuidado, com um ar europeu, super charmoso, com jardins lindos demais, arquitetura belíssima, tranquilo e pacífico. Com certeza uma cidade linda para se visitar e ótima para morar (apesar de eu preferir um lugar mais agitado).

Ah, já tava esquecendo: na volta pra Montréal a gente parou em Montmorency e ao invés de chegar até o topo de cachoeira de bondinho, a tonta aqui resolveu encarar o desafio e ir de escada. Resultado: um pinto inteiro molhado no outono de 5 graus québequense.
Agora chega das minhas baboseiras e vamos logo ao que interessa: fotinhos!!!

Château Frontenac

Vieux-Québec

Parc des Champs-de-Bataille

Vista do Château desde o Parc des Champs-de-Bataille

Cidade baixa


Chute-Montmorency e o teleférico que eu não peguei

Vista da ponte em cima da cachoeira. Vai um mergulho ai?

Bisous!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Samba Saravah

Essa é pra quem curte bossa nova, jazz e francês.
Uma versão de Stacey Kent para Samba da Benção, do Vinicius.


Samba Saravah
Être heureux c'est plus ou moins ce qu'on cherche
J'aime rire, chanter et je n'empêche
Pas le gens qui sont bien d'être joyeux
Pourtant s'il est une samba sans tristesse
C'est un vin qui ne donne pas l'ivresse
Un vin qui ne donne pas l'ivresse, non
Ce n'est pas la samba que je veux

J'en connais que la chanson incommode
D'autres pour qui ce ne rien qu'une mode
D'autres qui en profitent sans l'aimer
Moi je l'aime et j'ai parcouru le monde
En cherchant ses racines vagabondes
Aujourd'hui pour trouver les plus profondes
C'est la samba-chanson qu'il faut chanter

On m'a dit qu'elle venait de Bahia
Qu'elle doit son rythme et sa poésie à
Des siècles de danse et de douleur
Mais quels que soitent les sentiments qu'elle exprime
Elle est blanche de formes et de rimes
Blanche de formes et de rimes
Elle est nègre, bien nègre, dans son coeur

ADORO!!!

Bisous!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Le Cannelé

Vai chegando o Natal e a galera já começa a pensar no banquete da ceia natalina. Eu particularmente não gosto de "comidinhas de Natal". Não curto nada e acho que somado ao fato de eu detestar Natal e o mês de dezembro inteiro, aí me faz ter menos vontade ainda de querer guloseimas natalinas.
Mas isso não me tira a vontade de comer coisas gostosas, e uma dessas coisinhas que está me tentando desde o dia que vi é o Cannelé: caramel croustillant à l'extérieur, crémeux à l'intérieur.
Fala sério, por que eu fui assistir o vídeo? Agora não vou sossegar enquanto não me deliciar com um cannelé. Pior que vou ter que afogar minhas mágoas na torta de banana mesmo.


PS: Alguém aí tem os moules pra me emprestar???

Bisous!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Brasil e a meritocracia

Gente, eu sei que isso é notícia velha mas como eu só fiquei sabendo disso semana passada resolvi comentar aqui mesmo assim (antes tarde do que nunca):
O que foi aquilo da Academia Brasileira de Letras dar a medalha Machado de Assis para o Ronaldinho Gaúcho? Pera aí, volta a fita, não to entendendo mais nada.
Ah, não precisa, já entendi tudo. Foi a Academia Brasileira de Letras...

Eu ia até escrever um pouqinho da minha indignação aqui, mas depois que eu vi esse comentário abaixo, resolvi simplesmente postar o vídeo, pois o Luiz Carlos Prates disse tudo o que eu estava pensando (com exceção do pé na porta).


Bisous!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A sombra do imposto

Esse post vai ser bem simples e direto: quer saber o quanto você paga de imposto embutido no preço final de diversos produtos que você compra todo dia? Entra aqui. É super simples e fácil e você ficará de queixo caído (ou não) com o tanto de dinheiro que você anda deixando nas mãos do governo todo mês.



Ah, e pra fechar o dia com chave de ouro: os vereadores da minha cidade resolveram se dar um presentinho de Natal. 100% de aumento de salário para eles.
Que lindo né!
Acho que eu vou propor uma enquete no blog: Quanto você recebeu de aumento esse ano?

Bisous!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Se continuar assim eu fico de mal.

Algumas pessoas do meu entourage (ou todas elas) não aguentam mais me ouvir falar do Canadá. Aí, pra me encherem o saco, toda vez que aparece uma notícia ruim logo em seguida eles soltam: "ah, mas no Canadá isso não acontece. Lá é tudo perfeito".
Então meus amigos, esse post é pra vocês. A prova de que no Canadá não é tudo perfeito (em dose dupla, ou melhor, tripla - vide meu PS).

Canadá escorrega de novo no ranking global de corrupção
O Transparency International faz todo ano uma pesquisa que mostra a percepção de corrupção em diversos países ao redor do mundo. Em 2010 o Canadá ocupou a 6° colocação como menos corrupto, assunto tratado nesse post. Mas esse ano ele andou muito desleixado e caiu para 10° lugar, com um total de 8,7 pontos (contra 8,9 do ano passado). Já o Brasil melhorou seu score, subindo 0,1 para 3,8 pontos. Mas mesmo assim caiu na classificação, de 69° para 73°.

Canadá abandona Protocolo de Kyoto
Uma vergonha... shame on you, Harper! Também, o que mais eu poderia esperar desse partido conservador?


PS: eu já ia me esquecendo... pode acrescentar à lista de defeitos canadenses o Justin Bieber.

Bisous!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Hip Cities - NYT

Se você ainda não percebeu, eu te conto: adoro uma lista. Adoro um top 5, top 10, top 100... e já que minha cidade natal nunca aparece em ranking nenhum (também, pudera!), vou puxar a sardinha pra minha cidade adotiva.


Montreal makes NYT list of "hip" cities

"Montreal's long, cold winters may not be for the meek, but a recent New York Times list of Hip Cities has turned snow days into an advantage, citing La Belle Ville's weather as part of the reason for its "real soul" and impressive underground network.
Factor in a strong European influence, topnotch cuisine and vibrant arts, cultural and nightlife scene, and you've got a city primed for the needs of what the article calls a "prosperous global middle class".
The report is part of a special business survey on cities that are attracting droves of the young, skilled and talented thanks to a combination of quality of life factors, work opportunities and smart city management.
It's the combination of these unique elements that gives each city a "hip vibe" and makes them desirable places to live.
With heavy hitters like Shanghai, Berlin, and Barcelona on the list, Montreal figures proudly as the only North American city to make the cut.
The paper cites the city's French and North American mix, low living costs, bilingualism, and long winter evenings at the head of its charms, adding that the weather has forced residents to be creative about ways to keep warm and active during the lengthy winter months.
Parc Jean-Drapeau 
In particular, the underground pedestrian footpaths connecting various commercial centres and the city's subterranean arts quarter garnered special notice.
Montreal's enthusiastic adoption of the Bixi public bicycle system garnered notice, as did the numerous city-sponsored community gardens and endless outdoor festivals, like the world class Montreal International Jazz Festival, which attracts 2.5 million music lovers each summer.
Other cities tapped as the wave of the future include: Santiago, Vilnius, Cape Town, Copenhagen, Auckland and Curitiba."
(The Canadian Press)
Viram só gente, Itu não entrou na lista (kkkkkk) mas Curitiba está representando o Brasil.
Obs: to ficando muito vaidosa com esse meu novo país adotivo sempre dando pinta nos rankings "bons" divulgados por aí. Mas no próximo post eu vou dar uma bronca no Canadá.

Bisous!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Les Déchétariens

Desperdício. É impressionante como nós desperdiçamos "coisas" ao longo da vida. Desperdiçamos nosso tempo com inutilidades, desperdiçamos nossa saúde adotando hábitos que não são os mais recomendados, desperdiçamos nosso dinheiro comprando bugigangas que sabemos que irão quebrar no dia seguinte e desperdiçamos, muitas vezes sem ao menos nos darmos conta, comida. E desperdiçar comida me deixa realmente chateada. Quando eu penso no tanto de comida em bom estado que é jogada fora todos os dias, enquanto milhares de pessoas ao redor do planeta não tem o que comer fico muito triste e também preocupada com o futuro do mundo.

E é sobre o desperdício de alimentos que o mini documentário Les Déchétariens fala. Ele mostra pessoas que recuperam alimentos que foram jogados fora pelos centros de distribuição e supermercados, fazendo disso um ato político: enquanto há abundância de alimentos em alguns lugares, em outras partes do mundo há pessoas morrendo de fome. No Québec por exemplo estima-se que 50% das frutas e legumes produzidos sejam jogados no lixo. Se levarmos em conta apenas o desperdício na América do Norte, daria para alimentar 49 milhões de pessoas com o que é jogado fora todo ano.


Confesso que foi muito chocante pra mim ver pessoas comuns (não pobres necessitados) mergulhando em lixeiras para catar comida. Eu sinceramente não acho que a atitude dessas pessoas vá mudar alguma coisa no cenário mundial (ou québecois) do desperdício alimentar. Mas é um começo e vale para informar. Acho que é preciso sobretudo uma mudança radical na mentalidade das pessoas. E isso deve ser feito desde criança. As crianças precisam ser educadas desde pequenas a valorizar mais os alimentos e criarem consciência de que como consumidores (no futuro) elas terão o poder de barganha sobre a indústria. Desde já precisamos nos mobilizar: parar de comprar em demasia aquilo que não precisamos, consumir cada vez mais produtos locais e da estação, dizer não aos produtos que são embalados mil vezes e que possuem etiquetas com prazos de validade bem inferiores ao normal. É só parar para pensar: se um supermercado joga no lixo 40% das suas frutas e legumes (por exemplo), ele está lucrando muito em cima dos 60% vendidos. Não seria mais vantajoso para todos que ele vendesse 90% de seu estoque ao mesmo preço dos 60% que já vende? Assim os consumidores pagariam menos e mais pessoas teriam acesso a esses alimentos que hoje são desperdiçados. Mas aí nós também precisamos fazer nossa parte e parar com frescuras inventadas na última década de consumir sempre o que é mais bonitinho, embalado à vacuo, super selecionado, etc etc.
Acho que vale a reflexão.

Bisous!

sábado, 10 de dezembro de 2011

6 meses de federal

Hoje faz seis meses que eu enviei minha documentação pra etapa federal. A data de abertura do meu processo eu ainda não sei, e pelo visto vou demorar pra saber, então enquanto isso pra mim fica valendo dia 10 de junho.
É estranho pensar no tempo. Os prováveis oito meses que ainda faltam pra terminar o processo parecem interminávies. Mas ao mesmo tempo esses seis meses passaram tão rápido que eu não fiz metade das coisas que tinha planejado fazer.


Agora acho que chegou o momento de estabelecer metas mais concretas e traçar um planejamento mais objetivo para quando eu finalmente chegar no Québec. Mas sem neuras. Já vivi o suficiente pra saber que a vida nos leva a caminhos muitas vezes inesperados e nem sempre o planejado vira concreto. Aliás, em inúmeros momentos temos que esquecer o caminho já traçado e seguir por outra rota. Quando penso no passado eu imaginava minha vida completamente diferente do que ela é hoje. Meus planos (quase todos) não deram certo, e imagino que se tivessem dado hoje eu seria uma pessoa menos feliz. Por isso mesmo eu quero caminhar devagar, sem criar grandes expectativas, e viver com calma, dia após dia, somente cumprindo à risca um único objetivo: o de ser feliz.

Bisous!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Canadian TV/Télé Canadienne #4: Property Virgins

Desde criança eu adoro ver plantas de casas, apartamentos, fico pensando na decoração, em maneiras de se fazer mais com menos, etc... Até já pensei em ser arquiteta, mas como eu e a geometria não somos melhores amigas, acabei virando uma pseudo-publicitária. Porém isso não tirou meu gosto por imóveis e ultimamente eu ando meio obcecada em ver casas, apartamentos, lofts (quero um!) e tudo mais que existe dentro deles. E parte de minhas obsessões é assistir Property Virgins. Acho que já vi todos os episódios exibidos pelo FoxLife.

Pra quem não conhece Property Virgins é um reality canadense (anglófono) que está no ar desde 2006. No programa a especialista em real estate Sandra Rinomato ajuda compradores de primeira viagem a encontrar um lar doce lar. O programa começou mostrando imóveis da região de Toronto e depois da primeira temporada se expandiu para algumas áreas metropolitanas dos EUA. Os episódios seguem sempre o mesmo padrão: a Sandra pergunta ao(s) comprador(es) qual é o orçamento, o que a casa precisa ter e qual a localização ideal. Depois ela mostra três imóveis compatíveis e o "property virgin" em questão só precisa escolher um deles e comprar.


Vi o programa por acidente, um dia qualquer enquanto zapeava a tv, e depois que descobri que o programa era canadense não parei mais de assistir. Adoro ver como são as casas e apês canadenses por dentro, desde a estrutura da casa, sua planta e a decoração. Pra falar bem a verdade eu prefiro mil vezes o estilo de casa que temos no Brasil. Não curto muito as casas estreitas e cheias de escadas que existem por lá, nem o fato de não haver venezianas nas janelas. Também é meio estranho pra mim ver casas sem piso frio e azulejos na cozinha e banheiros. Fora o fato de que muitas vezes uma casa tem uns 200m² e apenas um único e mísero banheiro. Mas ok, é por isso mesmo que a gente nasce com esse incrível poder de adaptação.

Parece besteira mas eu consegui aprender várias coisinhas interessantes, como a importância de renovar o telhado, as janelas, os diferentes sistemas de calefação, conheci alguns programas governamentais de ajuda para a compra de imóveis e também como funciona o mercado lá na hora de concluir uma negociação. Mas o que eu mais gosto mesmo é ficar sonhando acordada, imaginando como será a minha casinha lá. Será que eu vou deixar de ser uma property virgin no Canadá? I hope so...

Bisous!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Vai um rolé de ski ai?

O inverno chegou e você não vai conseguir subir a montanha pra esquiar esse fds? Sem problemas... oubliez le ski de fond ou le ski alpin. Pegue suas tralhas e vá praticar o ski urbain!


Esse cara aí do filme é o quebeca JP Auclair nas ruas de Trail em British Columbia. Fiquei pensando: no verão, le parkour, no inverno, ski urbain. Radical suficiente pra você? Eu por enquanto só pago pau. Quem sabe um dia eu me arrisco a sair da frente do computador...

Ah, e antes que eu me esqueça, isso faz parte do documentário All.I.Can, uma jornada exploratória que compara os desafios do esqui com os das mudanças climáticas mundiais. Filmado em 6 continentes em 2 anos, os melhores esquiadores do mundo executam performances inspiradoras enquanto uma fotografia inovadora expande nossa visão do mundo natural. Ainda não vi o filme, mas definitivamente após esse trailer eu vou correndo assistir.

Bisous!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ser x Ter

Faz tempo, muito tempo que o pensamento de Ser x Ter invadiu minha cabeça. Pra mim, graças a Deus, isso nunca foi um assunto conflitante. Sempre fui pró Ser. O que eu não consigo entender é como existem pessoas (e bota pessoas nisso) que esqueceram o Ser e em suas vidas só existe lugar para o Ter. É tão triste saber que a humanidade caminha muitas vezes de forma tão torta.

Quer coisa melhor que ver o pôr de sol? É de graça!

Não quero dizer aqui que sou uma total altruísta e que o Ter não faz parte da minha vida. É claro que faz. Só que tento dar um valor menor para ele e não o deixo dominar minha ações. Não vivo para ter coisas, cada vez mais coisas, comprar, consumir, me exibir, ter o último modelo, o mais caro, o mais lindo, o melhor, depois de um ano ou seis meses, jogar fora e comprar tudo de novo. Não vivo para ter uma casa linda e maravilhosa com cinco suítes num condomínio de luxo, um carro ultra mega power maravilhoso grande e caro, um iphone, um ipad, um ipod, um itudo (eu mal sei ligar meu celular - que não é um smartphone, imagina então conciliar todos esse is), um armário lotado de roupas de marcas caras. Não vivo para ir ao dermato todo mês, fazer zilhões de tratamentos estéticos, gastar toda minha energia (e dinheiro) tentando rejuvenescer sendo que eu deveria estar gastando-a para me enriquecer, espiritualmente, é claro.

Pois é, ainda bem que eu sou da turma do Ser, porque se fosse da turma do Ter eu tava ferrada. Como eu iria arranjar dinheiro para manter esse padrão de vida absurdo? Eu teria que ralar muito, mas muito mesmo. Trabalhar insanamente, 24/7, always, toujours, non-stop. (acho que nas atuais circunstâncias para manter o tal padrão acima citado eu teria que virar política, mas vamos dizer que não, pois políticos não trabalham muito, e daí a historinha a seguir ia perder a graça). Continuando... mas aí eu sairia do trabalho, pegaria meu possante de luxo com o manobrista, chegaria em casa no fim da noite pensando que eu tenho que tomar cuidado pois posso ser assaltada a qualquer minuto, iria ver meu filho (já dormindo), zapear os 500 canais da minha mega power TV, não assistir nada de tanto sono, e dormir no meu lençol de seda da minha cama extra-king para acordar no dia seguinte as 6 da manhã para recomeçar a rotina de todo dia.
Mas pera aí: e quando é que eu vou aproveitar todas as coisas lindas, modernas e maravilhosas que eu comprei? Pois é, talvez nunca. Não vai me sobrar tempo. E seu eu tiver tempo não terei disposição. E se eu tiver tempo e disposição, talvez eu tenha medo de sair na rua com as minhas jóias, então elas ficam no cofre e eu saio com as bijuterias mesmo.

Acho que eu não preciso continuar, você entendeu meu ponto de vista né. Eu enxergo a vida assim: a gente tá aqui pra viver, Ser feliz e fazer coisa legais. Na medida do possível a gente compra algumas coisas bacanas que nos proporcionam momentos agradáveis, a gente gasta uma grana com porcarias, trabalha pra pagar as contas (porque não importa o quanto você seja bicho-grilo, você sempre terá contas pra pagar), e a gente investe em si próprio. Investe em cultura, conhecimento, educação, investe construindo relações humanas, ampliando nossos horizontes, transmitindo valores positivos, ensinando, sendo ensinado, exercendo a cidadania e ajudando a construir, mesmo que com minúsculos gestos, um mundo mais sustentável, mais justo e mais feliz.

PS: Nem em um milhão de anos, mesmo trabalhando 24/7 eu conseguiria ter uma casa com cinco suítes, um mega carro, todos os mega gadgets, etc etc etc... Isso foi só um exemplo hiperbólico de como muitas pessoas fazem de tudo para "subir na vida" e se esquecem de que viver é muito mais do que usar o cartão de crédito.
PS2: Por coincidência uma amiga postou hoje em seu FB um texto que eu já havia lido há um tempo que fala justamente do alto padrão de vida buscado pela classe média brasileira. O texto compara a vida da classe média no Brasil com a da classe média européia. Acho que futuros imigrantes se identificarão com a idéia geral. Se você se interessou, leia aqui.

E para encerrar fica uma música do Vampire Weekend cuja letra diz:
"Every dollar counts
 Every morning hurts
 We mostly work to live
 Until we live to work"


Bisous!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pesquisa Qualidade de vida 2011

Saiu essa semana a pesquisa da Mercer "Worldwide Quality of Living Survey" para 2011 que traz o ranking de 221 cidades ao redor do mundo segundo sua Qualidade de vida. A primeira colocada esse ano foi novamente Viena, seguida por Zurich e Auckland. A primeira cidade canadense da lista é Vancouver com o 5° lugar, divido com a cidade de Dusseldorf. Outras cidades canadenses rankeadas são Ottawa e Toronto, respectivamente 14° e 15° lugar, Montréal, 22° (junto com Bruxelas) e Calgary com o 33° lugar no ranking. O Brasil aparece na pesquisa com três cidades: Brasília (101°), Rio de Janeiro (114°) e São Paulo (116°).


Viena: de novo a campeã
Já quanto à classificação das cidades mais seguras a campeã é Luxemburgo seguida de Berna e Helsinki. Entre as canadenses, as cinco cidades pesquisadas dividem o 17° lugar: Montréal, Toronto, Calgary, Ottawa e Vancouver, junto com Amsterdam. Nenhuma cidade americana aparece nas 50 primeiras mais seguras do ranking. Brasília é novamente a brasileira mais bem classificada neste quesito, aparecendo em 131°, à frente do Rio (172°) e de São Paulo (178°). Bagdá ocupa a última colocação no ranking, tanto em qualidade de vida quanto em nível de segurança.


Vancouver: a primeira canadense da lista
Cada cidade é avaliada de acordo com 39 critérios, incluindo fatores políticos, sociais, econômicos e ambientais, segurança pessoal e saúde, educação, transportes e outros serviços públicos.


Bisous!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Custos de utilização de um carro

Comprar ou não comprar um carro no Québec? Para alguns é questão de necessidade, para outros um conforto extra assumido e para um outro grupo uma dúvida cruel. Seja qual for a categoria na qual você se encaixa é bom ficar por dentro de todos os custos que envolvem a compra e manutenção de um automóvel no Canadá.
Descobri outro dia um guia super interessante da CAA que explica todos os custos implicados na utilização de um carro. Obviamente muitos deles são similares ao Brasil, mas é sempre bom ficar ligado nas diferenças de despesas de um país para outro. Além disso é bem útil na hora de decidir qual o melhor tipo de carro para cada pessoa (financeiramente falando) baseado em seus hábitos e no quanto ela roda por ano.

Bisous!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Viajando #5: Roma

Quando me dei conta de que iria para Roma a primeira coisa que pensei foi que finalmente conheceria a Fontana di Trevi. Sou obcecada por ela há anos. Tudo culpa do Fellini. Sendo assim, logo que cheguei, saí em sua busca. Mesmo com dois mapas eu fiquei perdida (a anta da navegação aqui achou muito difícil não se perder em Roma), mas a um certo ponto fui seguindo o barulho de água caindo (e logo em seguida uma placa salvadora indicando o caminho) e voilà: linda, majestosa, imponente, mas diferentemente dos meus sonhos, infestada de gente. Gente saindo pelo ladrão. Tirar uma foto só sua na frente da Fontana: missão impossível. Talvez você consiga lá pelas 4h00 da matina. Eu passei por ela de manhã, de tarde, de noite, e até as 2 e meia da madrugada e ainda tinha uma pá de gente jogando moedinha. Mas tudo bem, ela é tão linda que eu aceito compartilhá-la com todos. Um monte de turistas babões como eu enquadrados pela minha velha Sony Cyber-shot integrando meu álbum de fotos virtual.

Fontana di Trevi: um dos maiores símbolos de Roma

Mas obviamente nem só de Fontana di Trevi vive Roma. E não mesmo. Haja perna e tempo pra conhecer tudo o que a cidade eterna tem pra mostrar: Piazza Navona, Piazza di Spagna, Piazza Del Campidoglio, Vittoriano, Piazza Del Popolo, Piazza della Rotonda, Panteon, Foro, Colosseo, Arco di Constantino, Trastevere, via Appia, Circo Massimo, Villa Borghese, Castel Sant’Angelo, Vaticano, Basilica di San Pietro, Cappella Sistina, e outras tantas igrejas, igrejas, igrejas e mais igrejas.

Detalhe da cúpula do Panteon na Piazza della Rotonda

Dentro do Colosseo


Um dos arcos super conservados do Foro

Basilica di San Pietro: a maior igreja cristã do mundo
Eu nunca entrei em tanta igreja na minha vida. Em toda esquina há uma igreja. E mesmo as menores e mais escondidas guardam seus tesouros.  Mas não fiquei só tirando foto não, até missa dominical eu assisti. A única coisa ruim de conhecer as igrejas italianas é que depois delas qualquer outra igreja que você conheça no mundo não vai ter tanta graça. Tudo fica meio “pobrinho”.



Aliás, acho que Roma é uma dessas cidades que tem o poder de empobrecer as outras. Principalmente do ponto de vista de uma fã de história, arte e cultura como eu. Impossível se conter estando num dos berços da civilização ocidental. Impossível não viajar no tempo ao entrar no Coliseu e imaginar as batalhas sangrentas, visualizar a vida cotidiana na Idade Romana ao caminhar pelo Forum, andar pela cidade, ver uma praça e descobrir que embaixo dela há ruínas da antiguidade ainda não escavadas.

Piazza del Popolo, com o Vaticano lá no fundo


Apesar de toda a história Roma consegue encantar ainda mais pelo seu jeito alegre e gostoso de levar a vida. Você sai de uma igreja e acaba numa praça com uma fonte maravilhosa te pedindo pra ficar lá parada, olhando para ela enquanto você toma o melhor gelato de nocciola do mundo. Depois você dá mais uma voltinha e descobre mais um sítio arqueológico, fica pensando como a vida era triste naquele tempo, sem gelato, morre de inveja dos romanos nas suas vespas e fica querendo comprar uma também, senta na mesinha de pé bambo na “calçada” do restaurante, mangia uma bela pasta com vino rosso, de sobremesa um tiramissu e o famoso ristretto pra finalizar. Aí você ganha uma rosa de um desconhecido e termina sua giornata vendo os monumentos que te sorriram de dia, agora mais lindos ainda, iluminados, te desejando buona notte.

La dolce vita? La vita è bella? Sim, a vida em Roma é irresistivelmente doce e bela. Nem que seja por apenas 4 ou 5 dias.

Castel Sant'Angelo, pertinho do Vaticano, com uma super vista lá de cima

Vittoriano, também conhecido como Altar da Pátria, na Piazza Venezia

Bisous!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Você gosta de pagar imposto? Você tem um lugar em Québec!

Eu não vou mentir não, esse negócio de pagar imposto não é comigo. Não sei se porque durante toda a vida eu paguei, paguei, paguei e pouquíssimo recebi em troca, ou se mesmo o dia em que eu receber algo em troca vou continuar detestando pagar imposto. Mas nenhuma sociedade funciona sem ele, então fazer o que... a gente paga e depois cobra dos políticos!
E se você também tem um lugar em Québec assim como eu e também paga impostos assim como eu, talvez queira dar uma olhadinha nessa matéria do La Presse. Mas o resumo eu já conto pra você: O Québec ainda é o campeão dos impostos entre os países do G7, mas a boa notícia é que nos últimos 10 anos o peso total dos impostos na província caiu 2 pontos percentuais.

Livrinho que eu terei que comprar antes de abril de 2013... 

Le Québec reste champion des impôts

(Montréal) En dépit des alléchantes baisses d'impôt accordées ces 10 dernières années par les gouvernements de Québec et d'Ottawa, le Québec reste le champion des impôts les plus élevés parmi les pays membres du G7.
Voilà un des constats marquants de l'étude Une décennie de réductions fiscales... réalisée par le professeur Luc Godbout, avec deux collègues de la chaire de recherche en fiscalité et finances publiques de l'Université de Sherbrooke, Suzie St-Cerny et Michaël Robert-Angers. L'étude sera publiée dans le prochain numéro de la revue de l'Association de planification fiscale et financière (APFF).
Selon les plus récentes données fiscales (2009), les impôts sur le revenu accaparent 12,8% du produit intérieur brut (PIB) du Québec, comparativement à un poids moyen de 9,0% pour l'ensemble du G7, ou à 11,4% pour l'ensemble du Canada. Aux États-Unis, les impôts sur le revenu totalisent à peine 7,7% du PIB.
En guise de consolation, sachez que le poids de nos impôts totalisait 14,6% du PIB en 1999.
On parle donc d'une réduction fiscale en 10 ans de presque deux points de pourcentage du PIB. Un bel effort, quand même! Qui a le plus bénéficié des réductions fiscales au Québec?
De tous les contribuables québécois, selon l'équipe du prof Godbout, ce sont les familles avec jeunes enfants (moins de 6 ans et fréquentant un service de garde à contribution réduite de 7$) qui ont le plus profité des réductions fiscales accordées depuis 10 ans par les gouvernements de Québec et d'Ottawa.
Une telle conclusion donne finalement raison aux gouvernements Charest et Harper qui se vantent depuis plusieurs années de favoriser fiscalement la famille. Précisons toutefois que les diminutions d'impôts avaient été initiées au début des années 2000 par les ministres des Finances de l'époque, Paul Martin, du Parti libéral, Bernard Landry et Pauline Marois, du Parti québécois.
C'est la présence de jeunes enfants qui a permis aux familles de voir leurs finances personnelles s'améliorer grandement, et ce, grâce à aux réductions fiscales, mais, surtout, grâce aux bonifications de prestations.
Mais que les autres contribuables se rassurent, car tout le monde a gagné selon les simulations effectuées par l'équipe Godbout pour quatre types de ménage de 65 ans et moins, soit célibataire, couple sans enfant, familles biparentale et monoparentale, et ce, pour des tranches de revenus allant jusqu'à 200 000$.
L'équipe Godbout a basé son analyse sur le calcul de la charge fiscale nette des contribuables, en utilisant les impôts sur le revenu payés, les cotisations sociales prélevées et les diverses prestations gouvernementales obtenues.
Le constat par catégorie de ménages?
Le célibataire
Le taux moyen d'imposition a diminué entre 1999 et 2010 pour tous les niveaux de revenus étudiés. Les économies de charge fiscale accordées depuis 2000 progressent en chiffres absolus en fonction du revenu gagné, passant d'un minimum de 1156$ pour un revenu de 20 000$ à un maximum de 12 322$ à 200 000$ de revenu.
Le couple sans enfant
La diminution de la charge fiscale progresse en fonction du revenu de travail, passant en 2010 de 2439$ (à 20 000$ de revenu) à un attrayant montant de 15 300$ pour un revenu de 200 000$. En pourcentage, on notera que moins le revenu est élevé, plus le pourcentage de la réduction est élevé. Autrement dit, plus vous êtes pauvre, plus vous en profitez quant au pourcentage. Mais mieux vaut gagner un revenu élevé, le montant des diminutions fiscales est nettement plus élevé en valeur monétaire!
La famille avec deux enfants
La charge fiscale nette des familles avec deux enfants de moins de 6 ans a baissé de 1999 à 2010 pour tous les niveaux de revenus analysés.
Pour un revenu de 20 000$, les économies d'impôts (10 003$) réalisées en 2010 sont du même ordre que celles accordées (10 407$) à la famille gagnant 120 000$.
En valeur financière, les économies d'impôts maximales (16 853$) sont atteintes à 200 000$ de revenu familial. Et les plus faibles économies fiscales? Elles surviennent à 45 000$ de revenu, la réduction plafonnant à 6450$.
Selon l'étude de l'équipe Godbout, la hausse des prestations familiales accapare plus de la moitié de la réduction de la charge fiscale chez les familles à 75 000$ de revenu et moins. À partir de 80 000$, les réductions d'impôt prennent du poids dans la réduction de la charge fiscale.
La famille monoparentale avec un enfant
Bien entendu, le taux moyen d'imposition des familles monoparentales a lui aussi diminué entre 1999 et 2010, et ce, pour tous les niveaux de revenus étudiés.
La réduction de la charge fiscale passe de 5068$ pour un revenu de 20 000$ à 13 458$ pour un revenu de 200 000$.
La surprise? La réduction de la charge fiscale de la famille monoparentale est inférieure à celle obtenue par le couple sans enfant à partir d'un revenu familial de 160 000$.
Dernier constat. Jusqu'à quel seuil de revenu les quatre ménages analysés demeurent-ils bénéficiaires nets de l'État alors que leur revenu après impôts, cotisations et prestations gouvernementales dépasse leur revenu de travail?
Pour le célibataire, le seuil est 15 592$. Le couple sans enfant, lui, peut gagner jusqu'à 24 690$. La famille avec deux jeunes enfants de moins de 6 ans voit son seuil plafonner à 47 390$ et la famille monoparentale, à 35 825$.
Michel Girard, La Presse, 17/11/11

Bisous!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A história das coisas

Uma amiga me mandou um videozinho hoje que achei interessante. É sobre o ciclo do consumo e de como o mundo se tornou um lugar feito para o consumismo. O vídeo exagera em muitos aspectos e fala do que acontece nos EUA, mas podemos transferir esse movimento consumista para qualquer lugar do mundo onde as pessoas tenham um pouquinho de dinheiro para gastar. Achei legal compartilhar. É óbvio que temos que guardar as devidas proporções, e que o consumo não é completamente ruim, afinal faz girar a economia mundial. Mas que a coisa tá exagerada, isso tá.

Mas o pior de tudo é que toda vez que eu vejo coisas desse tipo eu fico pensando: onde é que eu estava com a cabeça quando resolvi estudar propaganda e marketing? Pior ainda é quando eu penso se eu deveria voltar a trabalhar com marketing quando chegar no Canadá... ai ai ai, veremos! (calma, eu sei que o mkt não é o problema, e sim uma das infinitas causas do problema).


Para assistir o mesmo vídeo dublado em português, clique aqui.

Em tempo: faz quase um ano que eu não compro nada pra mim que não seja comida e itens de higiene pessoal (meu plano do desapego). E não é que eu conclui que não preciso de metade das coisas que eu tenho e que ficar sem comprar pode ser libertador? É lógico que isso não vai durar pra sempre mas que eu me tornarei uma consumidora mais consciente depois desse ano de seca, isso é certeza.

Em tempo 2: comentário que eu li no you tube sobre o vídeo:

"My ears and eyes are bleeding! I have never heard or seen anything so fucking liberal in my life! Propaganda at its finest! If you dislike America that much and disagree with how we live our lives then get the fuck out and move to Canada!! And fuck all you hippies and liberal douchefags and the occupy wall street bullshit, you all can suck the bullet out of my m4! Have a nice day :)"
Meu comentário para pessoas desse naipe: espero que você morra chafurdado no lixo. Seu lindo lixo americano.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Porque eu gostei de lá.

Hoje fiquei pensando em postar motivos do porque eu quero ir pro Canadá. Não é simplesmente porque eu não gosto muito do Brasil. É porque eu realmente gostei de lá. Então eu resolvi listar alguns motivos que me fazer acreditar que tudo valerá à pena:

1.        Vou poder ter uma vida decente sem ter que me matar de trabalhar. Esse é um dos motivos número 1 que me levam a imigrar. Não posso reclamar da vida que eu tenho no Brasil. Sempre tive tudo o que precisei (não tudo o que quis), mas sempre ao custo de muito trabalho. Primeiro trabalho dos meus pais que fizeram o possível e impossível para nos dar uma vida confortável, porém sem luxo. Eles deram a mim e minhas irmãs todas as condições para estudarmos e termos ferramentas para seguir adiante com nossos próprios pés. Agradeço muito a eles. Depois meu próprio trabalho, pois mesmo estando muitas e muitas vezes cansada num nível extremo, estressada e querendo fugir, eu sempre lutei e trabalhei para comprar as minhas coisas, guardar as economias, e depois de formada nunca mais ter que pedir dinheiro pra ninguém. Se eu tenho, eu compro, se eu não tenho, paciência. Ninguém tem que arcar com as minhas vontades. Porém nos últimos anos eu tenho visto que está cada vez mais difícil viver no Brasil. Mesmo trabalhando todo santo dia, fazendo economia, não gastando com futilidade, o dinheiro não sobra. Tudo está muito caro. Explodindo. E além de pagar uma carga tributária pesada, ainda temos que pagar por fora plano de saúde, escolas, pedágios caríssimos nas estradas, bom, vocês bem sabem. Hoje eu sou solteira, mas e quando eu quiser ter a minha família? Como vou sustentar meus filhos desse jeito? Eu não quero ser rica (mentira, não ia fazer mal ser rica não, hahahaha), só quero ter uma vida decente, confortável, sem que pra isso eu tenha que trabalhar 60 horas por semana e chegar em casa só pra dormir. Quero trabalhar sim, mas ter tempo pra descansar, me divertir, estar com os amigos, a família (futura), ter tempo pra mim, enfim, quero mais QUALIDADE DE VIDA (as três palavrinhas mágicas de todo imigrante).

2.     Adoro falar outra língua. Sempre fui apaixonada por línguas. E em Montréal eu ainda terei a oportunidade de falar 3: francês, inglês e português. Isso sem contar no portuñol que também rola muito por lá. E esse jeitinho montréalais de misturar o inglês no meio do francês é total a minha cara!

3.     Vou viver numa cidade cheia de verde. É tão gostoso olhar no Google Earth e ver todo aquele verde de Montréal. Todo bairro , mesmo pequenininho que seja tem seu parque. E fora esses tem os parques mais conhecidos, que são enormes. Pra se ter uma idéia, o Ibirapuera (maior parque de São Paulo) tem 1,58 km² (para ser usufruído por uma população de mais de 11 milhões de habitantes). O maior parque de Montréal, o Jean-Drapeau tem 2,59 km² e o segundo maior, o Mont-Royal tem 1,9 km². Ah, pra quem não sabe Montréal tem por volta de 1,7 milhões de habitantes.


4.      Minha casa não vai ter grades nas janelas. Vou poder andar sozinha na rua sem medo e viver minha vida livre dessa nóia da violência.

5.      Vou estar num lugar onde as pessoas não se ocupam (ou se ocupam muito menos) em falar da vida alheia. Lá ninguém ta nem aí se eu to usando camisa xadrez com saia listrada, sapato verde limão e bolsa laranja. Ninguém liga se eu não fiz minhas unhas e se meu cabelo ta horroroso. Ninguém se incomoda se eu saio com fulano, sou amiga de beltrano e freqüento lugares esquisitos. Afinal, quem paga minhas contas sou eu, não é mesmo?

6.      Vou ter amigos dos quatro cantos de mundo e poder conhecer mais a fundo outras culturas. Isso me fascina. Adoro saber como as coisas são em outros países, as formas de pensar, de agir, como é a cultura, a religião, a arte, a sociedade em geral.

7.      Terei o MoMA e o Met a 600km de distância da porta de casa. Ok, ok, confesso que meu museu favorito no mundo (so far) é o Van Gogh Museum, mas convenhamos: o acervo desses dois aí é pra ninguém botar defeito. Assim vou poder aproveitar um ou outro feriado prolongado pra fazer umas comprinhas em NY e conferir as últimas exposições.

8.      Vou poder deixar o carro estacionado por muito mais tempo. Ultimamente eu ando evitando andar de carro. Tenho ido para o trabalho a pé, sempre que dá pego carona, e só não comprei uma bike porque estou no plano “desapego” e minha meta é não comprar nada que não seja mega essencial. Talvez eu compre um carro no Canadá, ainda não sei... depois que eu passar o primeiro inverno eu resolvo. Mas com ou sem carro, o fato é que vou tentar usar o transporte público o máximo possível. Além de bem mais barato, é muito mais ecológico. E como lá o transporte público funciona, temos que fazer uso dele sim. Sei que há seus inconvenientes, mas temos que tentar pensar mais no coletivo e sermos menos individualistas. Aliás, cada vez mais eu penso nisso. Se todos pensassem mais na coletividade e adotassem atitudes menos egoístas, o mundo seria um lugar muito melhor.

9.      Vou fazer snowboarding no meu quintal. Eu nunca esquiei na vida. Snowboarding muito menos. Mas desde que eu vi pela primeira vez o X-Games de inverno na ESPN fiquei louca pra praticar esses esportes. Quando eu estive no Canadá ano passado não rolou. Só deu pra patinar no gelo (minha primeira vez, by the way) e tudo o que eu posso dizer é que eu morro de medo de cair. Tombo eu não levei, mas só porque eu mal saia da borda do ringue. Mas eu sempre fico pensando que cair na neve deve doer menos que no gelo, hahahaha. Fato é que eu vou aproveitar o inverno e vou aprender snowboarding. Nem que demore anos e anos, eu vou conseguir. Afinal, depois de todo chocolate quente que eu sei que vou consumir no inverno, tenho que arranjar um jeito de queimar as calorias adquiridas.

10.   Vou viver numa democracia que realmente funciona e numa cidade que mescla a cultura européia com a praticidade e tecnologia americanas. É como se eu tivesse o melhor de dois mundos em um só lugar. Quando eu estava começando minhas pesquisas sobre mudar de país eu não tinha pensado no Canadá. Foi minha irmã que o mencionou e assim que eu googuei Montréal eu me encantei com o que li e vi.
“Montréal é considerada a cidade mais européia da América do Norte. Possui uma das populações mais bem educadas do mundo, com a maior concentração de estudantes universitários per capita de toda América do Norte. A cidade tem quatro universidades e 12 faculdades. É um centro da indústria de alta tecnologia e uma das cidades mais seguras do continente americano.” (fonte Wikipedia)
E a partir daquele momento soube que meu lugar no mundo poderia ser lá.

Espero que você, se ainda não encontrou o seu, encontre-o também! Bonne chance!

Bisous!



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Get off me!

Eu já disse o quanto eu odeio esse calor dos infernos? Pode ser até que quando eu estiver no Canadá eu sinta falta do forninho mas por enquanto a única coisa que posso dizer é que o calor me mata. Mata minha vontade de ser produtiva, de fazer ginástica, de trabalhar, de estudar, de me arrumar, até mata minha vontade de ir pra priscina, visto que o sol é tão quente que só de imaginar ficar exposta à ele já me desanima completamente. E pensar que a estação está apenas começando e isso vai durar até pelo menos abril já me deixa de mau humor.



Com a idade avançando comecei a ficar neurótica com minha pele. E nada pior pra estragar a pele que esse sol de 40°C tostando, fritando, assando, cozinhando e outros andos mais... Nenhuma mulher merece isso. [os homens também não merecem, tadinhos! (momento visão homens de terno e gravata espremidos no metro em horário de pico)].

Voltando a nós mulheres, impossível ficar minimamente elegante nesse calor: passa protetor, fica toda melada, passa maquiagem, a maquiagem derrete, aí tá na hora de reaplicar o protetor, aí ou você lava a cara e faz tudo de novo ou vai criando camadas e mais camadas de protetor, que começa a melar, aí você sai na rua, sua, volta, faz todo o ritual (nessa hora já é ritual satânico), sua mais um pouco, e no fim da semana você olha no espelho e apesar de todo seu esforço você vê aquelas malditas manchas voltando a habitar seu rostinho melado.

Pras mulheres adeptas do secador então, um super désolée! Eu já assumi meu cabelo fuá e prefiro ele preso e horroroso do que sair do banho, usar o secador e depois ter que voltar pro chuveiro de tão suada que ficou à cause du maudit.

Se não bastasse nosso próprio mal-estar, ainda temos que aturar aquela visão do inferno ao sair na rua: o povão descamisado, com suas panças de fora, a mulherada com aqueles shorts minúsculos fazendo questão de mostrar toda celulite que o McDonalds e a Coca-cola lhe deram, as blusas de costa de fora com aquele sutiã velho de guerra aparecendo (com fecho e tudo!!!), enfim toda a sensualidade exuberante do povo brasileiro gritando na sua cara!

Se um dia eu ganhar na loteria, comprar um iate e passar as tardes com os amigos bebendo cerveja gelada, aí sim verão, você será meu melhor amigo. Enquanto esse dia não chega, eu só te digo: Get off me!

Bisous!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Awesome!

Semana passada foi revelado que um dos meus personagens favoritos ever é 1/4 canadense. Se você assiste How I Met Your Mother, você já deve saber de quem estou falando. Se não assiste, tant pis: você não conhece Barney Stinson.

Obviamente Barney não gostou da notícia e tratou logo de postar no seu blog uma lista com "algumas das infinitas razões do porque os EUA são melhores do que o Canadá..."

Barney, Barney, agora que você é 1/4 canuck você é ainda mais awesome!!!







no meu também!

Bisous!