quinta-feira, 27 de setembro de 2012

BonjourHi


Estava ouvindo Funeral do Arcade Fire hoje e resolvi postar duas músicas desse álbum que eu adoro. Xi, ficou dúbio. São as músicas que eu adoro ou é o álbum que eu adoro? Bom, são os dois. Adoro Arcade Fire!

E em homenagem à Montréal escolhi duas músicas que misturam inglês e francês, bem no espírito linguístico da cidade onde "oi" não é nem bonjour nem hi. É bonjourhi.

Enjoy mes amis! / Profitez-en my friends!

Une Année Sans Lumière


Hey! The streetlights all burnt out.
Une année sans lumière.
Je monte un cheval,
qui porte des œillères.

Hey, my eyes are shooting sparks,
la nuit, mes yeux t'éclairent.
Ne dis pas à ton pere
qu'il porte des œillères.

Hey, your old man should know,
if you see a shadow,
there's something there.

So hey! my eyes are shooting sparks,
la nuit mes yeux t'éclairent,
ne dis pas à ton pere
qu'il porte des oeillieres.

Hey, your old man should know,
if you see a shadow,
there's something there

Haïti


Haïti, mon pays,
wounded mother I'll never see.
Ma famille set me free.
Throw my ashes into the sea.

Mes cousins jamais nés
hantent les nuits de Duvalier.
Rien n'arrete nos esprits.
Guns can't kill what soldiers can't see.

In the forest we lie hiding,
unmarked graves where flowers grow.
Hear the soldiers angry yelling,
in the river we will go.

Tous les morts-nés forment une armée,
soon we will reclaim the earth.
All the tears and all the bodies
bring about our second birth.

Haïti, never free,
n'ai pas peur de sonner l'alarme.
Tes enfants sont partis,
In those days their blood was still warm


Bisous!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

E agora, José?


Como fazer um post positivo quando se está depressivo? Tá, ok, não vou exagerar: não estou depressiva, mas ando bem chateada. Todo esse embromation do consulado tem me deixado com a pulga atrás da orelha. Estou cada vez com mais medo de que esse processo acabe em um “Au revoir. Le Québec ne te veux plus.” E eu só fico pensando que já se foram quase 3 anos de espera, vou ficar esperando até mais junho de 2013 ( que é a data que eu acho que o visto sai, se sair) e se até lá nada acontecer, sem vistos, sem notícias, sem novidades? Aí acho que ta na hora de vestir a camiseta de otário e se ligar que perdi quatro anos da minha vida e um tantão de dinheiro numa ilusão. Por enquanto continuo me recusando a pensar que esse processo não vai vingar. Mas vamos ser realistas, a coisa não ta andando gente! E não é porque tem muito pedido de visto de turista, não é porque tem uma avalanche de pedidos de dezembro e janeiro, não é porque ta faltando mão de obra no consulado. Acho que o visto não sai porque o Canadá não quer que saia. E ponto. 


Só me faz o favor de dizer a verdade: vai rolar ou não vai? Se for, mesmo que demore, eu espero. Eu sento e espero. Mas o que não dá é pra ficar alimentando uma esperança vã. Deixar de tocar a vida, de agilizar um plano B, de mudar de projeto completamente, na cega esperança de que esse visto um dia sai.
Estou triste. Triste comigo mesma por ter colocado todos os meus ovos no mesmo cesto. Justo eu que sempre fui tão prevenida. Lições que a vida nos ensina. E quando tudo isso acabar, aconteça o que acontecer, uma certeza eu já tenho: sairei mais forte do que entrei. E é nisso que eu preciso focar.

PS: Hoje completo 19 meses de processo total. Daqui duas semanas serão 16 meses de federal. Ainda bem que eu coloquei o Daisypath no bloguinho porque se não acho que já teria perdido as contas!

Bisous!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Fui em busca de sombra e água fresca...

voltei gorda de tanto beber cerveja e ainda mais noiada com a imigração.


Estava de férias. Me, myself and my blog.
Pra falar a verdade o blog anda de férias já faz meses. Um mísero post aqui, outro mais mísero ainda acolá e nessa vou empurrando com a barriga pra não matar o bloguito de vez. Descobri que mais gosto é de ler os blogs alheios do que escrever no meu. Mas não desistirei tão fácil assim dele. Um dia ainda sonho poder contar para os meus poucos leitores sobre a minha despedida no aeroporto, minha chegada em Montreal, minha busca por um teto, um trabalho, um novo hobby, um boyfriend quebeca (por que não?), minhas novas dores e delícias da vida.

Enquanto esses dias longínquos não chegam, sigo a praguejar o maldito calor brasileiro (35°C nesse momento, ainda é inverno, não chove há uns 80 dias aqui), a praguejar os malditos políticos brasileiros (hoje o candidato a prefeito e seu vice foram no meu trabalho se apresentar e apertar a minha mão. #édechorar! Faltou pouco pra eu perguntar pro vice - atual vereador, se ele estava conseguindo comprar o leitinho das crianças com o aumento de salário que ele se deu (de R$ 5 mil e tra lá lá para R$ 10 mil). Não vejo a hora de poder praguejar o maldito inverno québécois e os malditos políticos canadenses. Porque pelo que andei lendo por aí eles são mesmo todos iguais.
E para não dizerem que sou uma alma totalmente perdida quero muito algum dia acreditar nos políticos (pelo menos um que seja), mas por enquanto sigo descrente mesmo.

As férias:  ah, foram ótimas. Cansei pra caramba, andei muito, fiquei com calo no pé, voltei cheia de sardas (brilhante idéia de ir pra Espanha no verão! Mas é que eu sempre sonhei em conhecer a Espanha no verão, fazer o quê? Nem eu me entendo às vezes.) e definitivamente concluí que nóis é pobre mais é limpinho. (ok, eu já havia concluído isso outras vezes, mas é que cada vez isso fica mais evidente). Pelo amor... a P&G, Unilever e cia tão comendo mosca:  tem um mercado enorme de europeus que ainda não foram apresentados ao desodorante, ao sabonete e ao sabão em pó!

Bom, mas voltando aos meus devaneios: eu tava com um certo medinho de ir pra Europa nessa etapa do campeonato da imigração. É porque meu objetivo número um sempre foi me mudar pra Europa e não pro Canadá. Mas circunstâncias da vida e novas idéias na cabeça me fizeram tentar a sorte na terra do sirop d’érable.

Aí fiquei com medo de ter uma recaída e me apaixonar pela Europa de novo e ficar cheia de nóias na cabeça, pensando se o Canadá é mesmo o que eu quero. Acontece que eu voltei ainda mais certa de que o Canadá é mesmo o meu lugar. Qualquer coisa que eu fazia, qualquer lugar que eu ia, tudo o que eu comprava eu sempre comparava com o Canadá. E ficava pensando: lá no Canadá é melhor! Lógico que nem sempre no Canadá é melhor, por exemplo, lá não tem trem de alta velocidade (já li que estão querendo implantar, mas to achando que vai ser que nem esse trem Campinas, SP, Rio – não vai sair nunca!), mas “le coeur a ses raisons que la raison ne connaît point”. Resumindo: passei a viagem inteira pensando no Canadá. Eu só conseguia pensar em como o Canadá é mais organizado*, as pessoas são mais educadas (muito mais educadas que os espanhóis com certeza), as ruas são mais limpas... voltei com mais vontade ainda de pegar logo esse visto e me mandar pro gelo.

E aí quando eu chego na terra tupiniquim, o aeroporto de Guarulhos me recebe de braços abertos jogando na minha cara: bem-vinda ao Brasil! 50 minutos de fila (se é que podemos chamar assim) desde sair do avião até chegar na esteira, onde as malas estavam todas amontoadas uma por cima das outras, já sendo jogadas no chão por falta de espaço.  O principal aeroporto do país que vai receber a Copa em menos de dois anos não dá conta de receber 3 voos internacionais em um intervalo de menos de uma hora. E aí mais uma vez eu só consigo pensar que quando a Copa chegar eu já não estarei mais aqui. Será?
Aguardem as cenas do próximo capítulo, digo, post.

rua da minha casita em Montréal no outono de 2010


*Tá certo que a Espanha não é o primeiro mundo do primeiro mundo e que eles estão em crise (apesar de eu não ter visto a tal crise não, exceto por alguns mendigos nas ruas, mas isso tem em toda cidade grande).

Bisous!