quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Viajando #6: Ville de Québec

Hoje resolvi contar um pouquinho sobre minhas aventuras em Ville de Québec. Bom, pra quem ainda não entendeu sabe, Ville de Québec é uma cidade, capital da província de Québec, a única província francófona do Canadá. Ela é a sétima cidade canadenses em população (cerca de 670 mil habitantes), a única cidade murada da América Anglo-Saxônica e uma das mais bonitas e charmosas do Canadá.

Quando resolvemos visitar Québec o plano era passar um dia lá e no outro ir até Tadoussac para ver as baleias. Bom, esse era o plano. Chegando lá fomos dar uma volta e conhecer a cidade baixa, batemos perna pela velha Québec e na hora do almoço eis que surge a estória de Tadoussac. Uma pessoa queria ir, as outras estavam na coluna do meio e a outra metade da mesa nem se quer havia cogitado essa hipótese. A discussão rolou solta. Em português, em espanhol e em inglês - menos em francês (afinal, por que raios sete estudantes de francês vão querer falar francês fora da escola?). E não é que a mesa do lado (de brasileiras) resolveu se meter na nossa conversa, e cinco minutos depois a mesa de trás (de um pessoal de algum lugar da América Central) também resolveu dar seus pitacos e de repente o salão do pequeno restaurante de Vieux-Québec estava dominado. Um falatório sem fim regado à vinho e muitas risadas e uma cara triste no final: Tadoussac havia perdido a batalha. Tirando a dona da idéia ninguém mais estava a fim de encarar nove horas de estrada e um frio congelante dentro de um barco na possibilidade de ver baleias. É people, vai que elas não aparecem. Vai fazer o que em Tadoussac? O lugar tem 850 habitantes. Isso mesmo: 850.

Mas como Québec não é Tadoussac a gente obviamente arrumou coisa melhor pra fazer. (não desmerecendo as baleias, mas será que elas não aparecem também no verão? Vou pesquisar). Continuamos andando pela cidade, conhecemos o Château Frontenac e suas redondezas, pulamos de albergue em albergue até chegarmos a um consenso, voltamos para o carro, vimos uma multa no pára-brisa, fizemos vaquinha pra pagar a multa, amaldiçoamos o fato de ninguém entender as placas de estacionamento no Canadá, e pra não perder viagem fomos à caça de um bar aberto as 10 da noite de um domingo. A tarefa não foi das mais fáceis, mas conseguimos. Sabe aquela música "Festa estranha com gente esquisita, eu não to legal, eu não aguento mais birita"? Foi mais ou menos isso. O que eu posso dizer é que eu ri e dancei muito.

Infelizmente fui embora de lá só conhecendo a parte turística. Até que tentei ir na parte mais moderna e cotidiana da cidade, mas fazer sete pessoas de espírito completamente diferentes chegarem a um acordo é muito complicado. Tudo o que posso dizer é que o que eu vi de Québec eu gostei. Um lugar lindo, bem cuidado, com um ar europeu, super charmoso, com jardins lindos demais, arquitetura belíssima, tranquilo e pacífico. Com certeza uma cidade linda para se visitar e ótima para morar (apesar de eu preferir um lugar mais agitado).

Ah, já tava esquecendo: na volta pra Montréal a gente parou em Montmorency e ao invés de chegar até o topo de cachoeira de bondinho, a tonta aqui resolveu encarar o desafio e ir de escada. Resultado: um pinto inteiro molhado no outono de 5 graus québequense.
Agora chega das minhas baboseiras e vamos logo ao que interessa: fotinhos!!!

Château Frontenac

Vieux-Québec

Parc des Champs-de-Bataille

Vista do Château desde o Parc des Champs-de-Bataille

Cidade baixa


Chute-Montmorency e o teleférico que eu não peguei

Vista da ponte em cima da cachoeira. Vai um mergulho ai?

Bisous!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Samba Saravah

Essa é pra quem curte bossa nova, jazz e francês.
Uma versão de Stacey Kent para Samba da Benção, do Vinicius.


Samba Saravah
Être heureux c'est plus ou moins ce qu'on cherche
J'aime rire, chanter et je n'empêche
Pas le gens qui sont bien d'être joyeux
Pourtant s'il est une samba sans tristesse
C'est un vin qui ne donne pas l'ivresse
Un vin qui ne donne pas l'ivresse, non
Ce n'est pas la samba que je veux

J'en connais que la chanson incommode
D'autres pour qui ce ne rien qu'une mode
D'autres qui en profitent sans l'aimer
Moi je l'aime et j'ai parcouru le monde
En cherchant ses racines vagabondes
Aujourd'hui pour trouver les plus profondes
C'est la samba-chanson qu'il faut chanter

On m'a dit qu'elle venait de Bahia
Qu'elle doit son rythme et sa poésie à
Des siècles de danse et de douleur
Mais quels que soitent les sentiments qu'elle exprime
Elle est blanche de formes et de rimes
Blanche de formes et de rimes
Elle est nègre, bien nègre, dans son coeur

ADORO!!!

Bisous!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Le Cannelé

Vai chegando o Natal e a galera já começa a pensar no banquete da ceia natalina. Eu particularmente não gosto de "comidinhas de Natal". Não curto nada e acho que somado ao fato de eu detestar Natal e o mês de dezembro inteiro, aí me faz ter menos vontade ainda de querer guloseimas natalinas.
Mas isso não me tira a vontade de comer coisas gostosas, e uma dessas coisinhas que está me tentando desde o dia que vi é o Cannelé: caramel croustillant à l'extérieur, crémeux à l'intérieur.
Fala sério, por que eu fui assistir o vídeo? Agora não vou sossegar enquanto não me deliciar com um cannelé. Pior que vou ter que afogar minhas mágoas na torta de banana mesmo.


PS: Alguém aí tem os moules pra me emprestar???

Bisous!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Brasil e a meritocracia

Gente, eu sei que isso é notícia velha mas como eu só fiquei sabendo disso semana passada resolvi comentar aqui mesmo assim (antes tarde do que nunca):
O que foi aquilo da Academia Brasileira de Letras dar a medalha Machado de Assis para o Ronaldinho Gaúcho? Pera aí, volta a fita, não to entendendo mais nada.
Ah, não precisa, já entendi tudo. Foi a Academia Brasileira de Letras...

Eu ia até escrever um pouqinho da minha indignação aqui, mas depois que eu vi esse comentário abaixo, resolvi simplesmente postar o vídeo, pois o Luiz Carlos Prates disse tudo o que eu estava pensando (com exceção do pé na porta).


Bisous!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A sombra do imposto

Esse post vai ser bem simples e direto: quer saber o quanto você paga de imposto embutido no preço final de diversos produtos que você compra todo dia? Entra aqui. É super simples e fácil e você ficará de queixo caído (ou não) com o tanto de dinheiro que você anda deixando nas mãos do governo todo mês.



Ah, e pra fechar o dia com chave de ouro: os vereadores da minha cidade resolveram se dar um presentinho de Natal. 100% de aumento de salário para eles.
Que lindo né!
Acho que eu vou propor uma enquete no blog: Quanto você recebeu de aumento esse ano?

Bisous!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Se continuar assim eu fico de mal.

Algumas pessoas do meu entourage (ou todas elas) não aguentam mais me ouvir falar do Canadá. Aí, pra me encherem o saco, toda vez que aparece uma notícia ruim logo em seguida eles soltam: "ah, mas no Canadá isso não acontece. Lá é tudo perfeito".
Então meus amigos, esse post é pra vocês. A prova de que no Canadá não é tudo perfeito (em dose dupla, ou melhor, tripla - vide meu PS).

Canadá escorrega de novo no ranking global de corrupção
O Transparency International faz todo ano uma pesquisa que mostra a percepção de corrupção em diversos países ao redor do mundo. Em 2010 o Canadá ocupou a 6° colocação como menos corrupto, assunto tratado nesse post. Mas esse ano ele andou muito desleixado e caiu para 10° lugar, com um total de 8,7 pontos (contra 8,9 do ano passado). Já o Brasil melhorou seu score, subindo 0,1 para 3,8 pontos. Mas mesmo assim caiu na classificação, de 69° para 73°.

Canadá abandona Protocolo de Kyoto
Uma vergonha... shame on you, Harper! Também, o que mais eu poderia esperar desse partido conservador?


PS: eu já ia me esquecendo... pode acrescentar à lista de defeitos canadenses o Justin Bieber.

Bisous!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Hip Cities - NYT

Se você ainda não percebeu, eu te conto: adoro uma lista. Adoro um top 5, top 10, top 100... e já que minha cidade natal nunca aparece em ranking nenhum (também, pudera!), vou puxar a sardinha pra minha cidade adotiva.


Montreal makes NYT list of "hip" cities

"Montreal's long, cold winters may not be for the meek, but a recent New York Times list of Hip Cities has turned snow days into an advantage, citing La Belle Ville's weather as part of the reason for its "real soul" and impressive underground network.
Factor in a strong European influence, topnotch cuisine and vibrant arts, cultural and nightlife scene, and you've got a city primed for the needs of what the article calls a "prosperous global middle class".
The report is part of a special business survey on cities that are attracting droves of the young, skilled and talented thanks to a combination of quality of life factors, work opportunities and smart city management.
It's the combination of these unique elements that gives each city a "hip vibe" and makes them desirable places to live.
With heavy hitters like Shanghai, Berlin, and Barcelona on the list, Montreal figures proudly as the only North American city to make the cut.
The paper cites the city's French and North American mix, low living costs, bilingualism, and long winter evenings at the head of its charms, adding that the weather has forced residents to be creative about ways to keep warm and active during the lengthy winter months.
Parc Jean-Drapeau 
In particular, the underground pedestrian footpaths connecting various commercial centres and the city's subterranean arts quarter garnered special notice.
Montreal's enthusiastic adoption of the Bixi public bicycle system garnered notice, as did the numerous city-sponsored community gardens and endless outdoor festivals, like the world class Montreal International Jazz Festival, which attracts 2.5 million music lovers each summer.
Other cities tapped as the wave of the future include: Santiago, Vilnius, Cape Town, Copenhagen, Auckland and Curitiba."
(The Canadian Press)
Viram só gente, Itu não entrou na lista (kkkkkk) mas Curitiba está representando o Brasil.
Obs: to ficando muito vaidosa com esse meu novo país adotivo sempre dando pinta nos rankings "bons" divulgados por aí. Mas no próximo post eu vou dar uma bronca no Canadá.

Bisous!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Les Déchétariens

Desperdício. É impressionante como nós desperdiçamos "coisas" ao longo da vida. Desperdiçamos nosso tempo com inutilidades, desperdiçamos nossa saúde adotando hábitos que não são os mais recomendados, desperdiçamos nosso dinheiro comprando bugigangas que sabemos que irão quebrar no dia seguinte e desperdiçamos, muitas vezes sem ao menos nos darmos conta, comida. E desperdiçar comida me deixa realmente chateada. Quando eu penso no tanto de comida em bom estado que é jogada fora todos os dias, enquanto milhares de pessoas ao redor do planeta não tem o que comer fico muito triste e também preocupada com o futuro do mundo.

E é sobre o desperdício de alimentos que o mini documentário Les Déchétariens fala. Ele mostra pessoas que recuperam alimentos que foram jogados fora pelos centros de distribuição e supermercados, fazendo disso um ato político: enquanto há abundância de alimentos em alguns lugares, em outras partes do mundo há pessoas morrendo de fome. No Québec por exemplo estima-se que 50% das frutas e legumes produzidos sejam jogados no lixo. Se levarmos em conta apenas o desperdício na América do Norte, daria para alimentar 49 milhões de pessoas com o que é jogado fora todo ano.


Confesso que foi muito chocante pra mim ver pessoas comuns (não pobres necessitados) mergulhando em lixeiras para catar comida. Eu sinceramente não acho que a atitude dessas pessoas vá mudar alguma coisa no cenário mundial (ou québecois) do desperdício alimentar. Mas é um começo e vale para informar. Acho que é preciso sobretudo uma mudança radical na mentalidade das pessoas. E isso deve ser feito desde criança. As crianças precisam ser educadas desde pequenas a valorizar mais os alimentos e criarem consciência de que como consumidores (no futuro) elas terão o poder de barganha sobre a indústria. Desde já precisamos nos mobilizar: parar de comprar em demasia aquilo que não precisamos, consumir cada vez mais produtos locais e da estação, dizer não aos produtos que são embalados mil vezes e que possuem etiquetas com prazos de validade bem inferiores ao normal. É só parar para pensar: se um supermercado joga no lixo 40% das suas frutas e legumes (por exemplo), ele está lucrando muito em cima dos 60% vendidos. Não seria mais vantajoso para todos que ele vendesse 90% de seu estoque ao mesmo preço dos 60% que já vende? Assim os consumidores pagariam menos e mais pessoas teriam acesso a esses alimentos que hoje são desperdiçados. Mas aí nós também precisamos fazer nossa parte e parar com frescuras inventadas na última década de consumir sempre o que é mais bonitinho, embalado à vacuo, super selecionado, etc etc.
Acho que vale a reflexão.

Bisous!

sábado, 10 de dezembro de 2011

6 meses de federal

Hoje faz seis meses que eu enviei minha documentação pra etapa federal. A data de abertura do meu processo eu ainda não sei, e pelo visto vou demorar pra saber, então enquanto isso pra mim fica valendo dia 10 de junho.
É estranho pensar no tempo. Os prováveis oito meses que ainda faltam pra terminar o processo parecem interminávies. Mas ao mesmo tempo esses seis meses passaram tão rápido que eu não fiz metade das coisas que tinha planejado fazer.


Agora acho que chegou o momento de estabelecer metas mais concretas e traçar um planejamento mais objetivo para quando eu finalmente chegar no Québec. Mas sem neuras. Já vivi o suficiente pra saber que a vida nos leva a caminhos muitas vezes inesperados e nem sempre o planejado vira concreto. Aliás, em inúmeros momentos temos que esquecer o caminho já traçado e seguir por outra rota. Quando penso no passado eu imaginava minha vida completamente diferente do que ela é hoje. Meus planos (quase todos) não deram certo, e imagino que se tivessem dado hoje eu seria uma pessoa menos feliz. Por isso mesmo eu quero caminhar devagar, sem criar grandes expectativas, e viver com calma, dia após dia, somente cumprindo à risca um único objetivo: o de ser feliz.

Bisous!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Canadian TV/Télé Canadienne #4: Property Virgins

Desde criança eu adoro ver plantas de casas, apartamentos, fico pensando na decoração, em maneiras de se fazer mais com menos, etc... Até já pensei em ser arquiteta, mas como eu e a geometria não somos melhores amigas, acabei virando uma pseudo-publicitária. Porém isso não tirou meu gosto por imóveis e ultimamente eu ando meio obcecada em ver casas, apartamentos, lofts (quero um!) e tudo mais que existe dentro deles. E parte de minhas obsessões é assistir Property Virgins. Acho que já vi todos os episódios exibidos pelo FoxLife.

Pra quem não conhece Property Virgins é um reality canadense (anglófono) que está no ar desde 2006. No programa a especialista em real estate Sandra Rinomato ajuda compradores de primeira viagem a encontrar um lar doce lar. O programa começou mostrando imóveis da região de Toronto e depois da primeira temporada se expandiu para algumas áreas metropolitanas dos EUA. Os episódios seguem sempre o mesmo padrão: a Sandra pergunta ao(s) comprador(es) qual é o orçamento, o que a casa precisa ter e qual a localização ideal. Depois ela mostra três imóveis compatíveis e o "property virgin" em questão só precisa escolher um deles e comprar.


Vi o programa por acidente, um dia qualquer enquanto zapeava a tv, e depois que descobri que o programa era canadense não parei mais de assistir. Adoro ver como são as casas e apês canadenses por dentro, desde a estrutura da casa, sua planta e a decoração. Pra falar bem a verdade eu prefiro mil vezes o estilo de casa que temos no Brasil. Não curto muito as casas estreitas e cheias de escadas que existem por lá, nem o fato de não haver venezianas nas janelas. Também é meio estranho pra mim ver casas sem piso frio e azulejos na cozinha e banheiros. Fora o fato de que muitas vezes uma casa tem uns 200m² e apenas um único e mísero banheiro. Mas ok, é por isso mesmo que a gente nasce com esse incrível poder de adaptação.

Parece besteira mas eu consegui aprender várias coisinhas interessantes, como a importância de renovar o telhado, as janelas, os diferentes sistemas de calefação, conheci alguns programas governamentais de ajuda para a compra de imóveis e também como funciona o mercado lá na hora de concluir uma negociação. Mas o que eu mais gosto mesmo é ficar sonhando acordada, imaginando como será a minha casinha lá. Será que eu vou deixar de ser uma property virgin no Canadá? I hope so...

Bisous!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Vai um rolé de ski ai?

O inverno chegou e você não vai conseguir subir a montanha pra esquiar esse fds? Sem problemas... oubliez le ski de fond ou le ski alpin. Pegue suas tralhas e vá praticar o ski urbain!


Esse cara aí do filme é o quebeca JP Auclair nas ruas de Trail em British Columbia. Fiquei pensando: no verão, le parkour, no inverno, ski urbain. Radical suficiente pra você? Eu por enquanto só pago pau. Quem sabe um dia eu me arrisco a sair da frente do computador...

Ah, e antes que eu me esqueça, isso faz parte do documentário All.I.Can, uma jornada exploratória que compara os desafios do esqui com os das mudanças climáticas mundiais. Filmado em 6 continentes em 2 anos, os melhores esquiadores do mundo executam performances inspiradoras enquanto uma fotografia inovadora expande nossa visão do mundo natural. Ainda não vi o filme, mas definitivamente após esse trailer eu vou correndo assistir.

Bisous!